Tese de Doutorado + Performance + Exposição

Vídeo realizado por Yasser Socarrás González

“No dia 02 de agosto de 2017, na ocasião da defesa da tese de doutorado,  chamei a atriz Monica Siedler para apresentar a tese para mim, pois sabia que ela se sairia muito melhor que eu. Então propus a realização de uma performance lip sync em que eu falaria o texto no microfone e Monica faria a dublagem, sendo eu. Um duplo, uma cópia. Assim, chamamos a performance de Eu é um Outro, uma apropriação da célebre frase de Rimbaud. Na hora de apresentar a tese,  sem que a banca nem meu orientador soubessem, cedi meu lugar a Monica que entrou servindo uma espumante para todos que compunham a banca e, em seguida, iniciou a fala. A apresentação foi perfeita, chamar uma atriz para falar no meu lugar foi uma ótima ideia. Recomendo.

O formato do livro, realizado em colaboração com Ildo Francisco Golfetto, foi pensado especialmente para a ocasião. Com a intenção de fazer uma tese brilhante, revestimos a capa com tecidos luxuosos. Foram cinco modelos diferentes, um para cada dos integrantes da banca.

No final da defesa, que foi realizada no Museu Victor Meireles, abri a exposição homônima na sala de cima. Na exposição reuni trabalhos que faziam parte da minha pesquisa e que pela natureza, seja de reprodução, cópia ou apropriação (alguns originais também) consegui realizar uma coleção e expor no final do processo da tese. A colaboração de Marcelo Schroeder na expografia foi fundamental para a solução do espaço.

Durante a abertura o artista Franzoi apresentou a performance Coluna no espaço tempo, em que se equilibra em livros. O coquetel de exposição ficou a cargo de Isabel Vilela Wetz e Cecilia Vilela com arte e originalidade gastronômica. Ao fundo, uma trilha sonora tocava uma seleção de músicas que me acompanharam no processo de escrita.

Lucila Vilela

A tese A originalidade da cópia: : arte contemporânea no início do século XXI, trata dos procedimentos de cópia em alguns trabalhos de arte contemporânea produzidos no início do século XXI; e pontua as diferenças com relação à prática de apropriação nos anos 1960-1970. Nesta pesquisa foram abordadas práticas artísticas que problematizam a noção de cópia, após o avanço da tecnologia digital no início do século XXI. Diante da saturação de imagens e informações, impulsionada pelas novas mídias, a relação com a arte se modificou, os discursos se ampliaram e os procedimentos assumiram formas variadas. Em cada capítulo, obras específicas de alguns artistas funcionam como uma espécie de regentes conduzindo a reflexão, e estabelecendo diálogos com outros procedimentos semelhantes. São obras de Paulo Bruscky, Richard Prince, Irmãos Chapman, Valerie Hegarty, Cláudio Trindade, Bruno Moreschi e Francis Alÿs.

Autora: Lucila Vilela
Designer gráfico: Ildo Francisco Golfetto
Revisor: Josimar Ferreira

A exposição “A originalidade da cópia” apresenta a coleção de obras de arte contemporânea que Lucila Vilela formou durante sua pesquisa no curso de Doutorado em Artes Visuais pela Universidade do Estado de Santa Catarina. Os trabalhos expostos tratam de procedimentos como apropriação, cópia e falsificação abordando as particularidades que envolvem as questões de autoria. A coleção foi embasada na discussão sobre a originalidade e a cópia no campo das artes visuais implicando em laboriosas questões que, diante das transformações tecnológicas, sociais e políticas, são perceptíveis no início do século XXI.

Artistas: Paulo Bruscky – Cláudio Trindade/Cildo Meireles – Bruno Moreschi – Gabriel Mascaro – Chapman Brothers – Francis Alÿs – Michael Mandiberg – Carlos Franzoi – Lucila Vilela e Ildo Francisco Golfetto

Curadoria: Lucila Vilela
Expografia: Marcelo Schroeder

http://museuvictormeirelles.museus.gov.br/exposicoes/temporarias/arquivo/2017-2/a-originalidade-da-copia-curadoria-lucila-vilela/

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